domingo, 5 de abril de 2015

Porque é que os aviões caem?

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Voos diários mundiais





3,3 mil milhões de passageiros por ano, 106 000 voos por dia e apenas 641 mortos em acidentes aéreos em 2014. Mais uma prova de que o avião é o meio de transporte mais seguro? Este é o mito vezes sem conta repetido, mas depende do ponto de vista das estatísticas...




Os aviões caem porque não fomos feitos para voar, senão teríamos asas. Não tendo asas a cada acidente aéreo é sempre referido que é o meio de transporte mais seguro, dado o pouco número de vítimas anuais.


Além do facto de que considerando todos os meios de transporte, o elevador continua a ser o meio mais seguro, o transporte aéreo é sempre comparado com o automóvel para reforçar esse facto.


Vamos então analisar o transporte aéreo versus o transporte de automóvel.


Claro que em qualquer país as vítimas de acidentes de viação são superiores ao total das vítimas mundiais de acidentes aéreos, mas vejamos os dados de mais perto.


As estatísticas referem sempre o número vítimas em relação aos quilómetros percorridos. 

Temos 0,05 mortos anuais e 1,57 mortos por 100 milhão de km percorridos para os aviões contra 1,32 mortos anuais e 1,47 mortos por 100 milhões km percorridos para as automóveis. Constatamos portanto um número de vítimas semelhante.

Portanto para ir de um ponto A a um ponto B temos mais ou menos o mesmo risco de avião ou de carro.



Se tomar-mos em conta o risco de morte pelo simples facto de subir a bordo de um avião ou de subir a bordo do um carro, independentemente da distância percorrida, será mais mais arriscado um ou outro? Temos de ter em conta a distância média percorrida a cada utilização, avião ou carro.

A distância média percorrida por um avião é de cerca de 3000 km (6500 para os longo curso e 500 km para os de curto curso). A distância média percorrida de carro é de cerca de 20 km.

Temos então a seguinte probabilidade: 1 acidente mortal para cada 1 000 000 de utilizações para os aviões e 1 acidente mortal para cada 10 000 000 utilizações para os carros. Portanto é 10 vezes mais arriscado utilizar um avião do que o carro para se deslocar.



O automóvel mata 1 milhão de pessoas por ano no mundo, o avião 1 000, daí termos mais probabilidade de morrer de um acidente de carro do que de avião. Mas isso faz deste mais seguro? Já vimos que não.



Estes dois meios de transporte não são comparáveis. No entanto, a frase de que  "é mais seguro voar do que conduzir até ao aéroporto" não é verdade, é 4 vezes mais perigoso passar uma hora num avião do que uma hora num carro.








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3 comentários:

  1. E, agora, uma que ouvi há uns anos - e da qual nunca mais me esqueci...

    Todos sabem que as companhias aéreas investem muito em segurança. E que, quando há acidentes, há logo investigações para determinar as causas do mesmos - para tratar de que estes não ocorram mais vezes. Mas, sabiam que há um limite (monetário) para o quanto as companhias aéreas privadas investem em segurança nos aviões?

    Pois, então. Claro que há. As companhias privadas são companhias que visam, primeiro que tudo, o lucro - e, só depois, o bem-estar das pessoas. Logo, tem de haver um limite. E, sabem que limite é esse?

    O limite é o valor a partir do qual sai mais barato (/compensa mais às companhias) indemnizar as famílias das vítimas dos acidentes, do que estar a gastar mais dinheiro para garantir a segurança dos voos.

    (Boas viagens...)

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  2. Caro Octopus, Concordo em gênero, número e grau!!!
    Observo também que as velocidades dos aviões são incompatíveis com nossa fisiologia, e não só causam sindrome do jato, mas destroem nosso bioritmo.
    E mais, o tempo que deixamos de "perder" nesse meio de transporte nos é TOMADO de qualquer forma via deterioração celular por aceleração metabólica, envelhecemos viajando nessas coisas muito mais do que se fizessemos o trajeto a velocidade compatível com a biologia.
    Nada inventado pelo status quo é benéfico para o humano, só o é para os pusilânimes, visto que sem status quo, eles não existiriam!!

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  3. A sua sábia consideração sobre o tempo/espaço é das mais prementes quando sabemos que se nos deslocar-mos no espaço, os astronautas que permanecem no espaço envelhecem menos dos que permacem na Terra.

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