sexta-feira, 4 de março de 2011

A privatização da emissão do dinheiro

.

Até há cem anos atrás, a emissão do dinheiro estava reservada aos estados que assim podiam controlar as suas economia. Esse papel foi transferidos para os bancos  privados que assim controlam os Estados.






Primeiro observação:
Os Estados perderam o seu poder de decisão e de regulação da economia mundial:


O sistema liberal tinha uma fé  "cega" na autoregulação dos mercados, e assim, os mercados não podiam intervir directamente nos Estados para regular os seus desequilibrios.  Esse papél era dos Estados. Actualmente não é o caso. Porquê? 


- porque os centros de decisão sobre a economia mundial pertence actualmente a um pequeno grupo de homens potentes com grande poder monetário. Assim sendo, os estados democraticamente eleitos estão privados das suas decisões sobre a suas próprias economias nacionais.

- por exemplo, o preço da energia escapa totalmente ao controlo dos estados e estão nas mãos dos especuladores.

- um grande numero de países, em particular o russo e o americano, tiveram pessoas que não serviram o seu país, mas sim o interesse dos grandes grupos financeiros. Muitos foram os que passaram de ministro das finanças à direcção de grandes empresas e de bancos e vice versa.



Segunda observação:
o sistema financeiro foi privatizado.


Apesar dos nomes enganadores, como banco de Portugal ou Banco Central Europeu, historicamente, o poder bancário foi-se impondo aos estados, sobretudo no século 19. Antigamente era o Estado que cunhava a sua própria moeda. Actualmente é a FED nos Estados Unidos ou o BCE na Europa que cunham as moedas.


Este facto muda tudo. Agora são os Estados que têm de pedir o dinheiro de que necessitam a têm de pagar os respectivos juros. Se os Estados imprimissem a sua moeda, não haveria taxas de juro e as respectivas dívidas.


Mas nem sempre foi assim, vários Estados tentaram imprimir a sua moeda mas sem sucesso.


Para impedir os banqueiros de imprimir o dinheiro, Thomas Jefferson, fundador da constituição americana,  tentou impedir a impressão privada do dinheiro e dizia: "considero as instituições bancárias mais perigosas do que as forças armadas. Se o povo americano autoriza os bancos privados a controlar a massa monetária, os bancos vão desenvolver uma maneira de empobrecer as pessoas até que um dia vão acordar sem os bens e casas no território que os seus pais conquistaram." Apesar disso os Morgans, Rothschild, Warburg e Rockefeller vão conseguir impor  o poder bancário aos estados.



O presidente Lincoln, que tinha visto o jogo perigoso dos Rothschild, decidiu não se submeter à ditadura dos financeiros europeus e em 1852 obteve o voto do Legal Tender Act pelo Congresso que o autorizava a imprimir dinheiro sem ter de pagar a terceiros, foi o "Green Back" que era imprimidos com tinta verde. 


Explicava: "o poder financeiro tiraniza a nação em tempo de paz e conspira contra ela na adversidade. É mais despótica que uma monarquia, mais insolente de que uma ditadura, mais egoísta do que uma burocracia. Tenho dois grandes inimigos, as forças armadas no sul e os banqueiros no norte. E dos dois, são os banqueiros os meus piores inimigos".


Também dizia premonitoriamente: "vejo num futuro próximo uma crise que fará tremer a segurança do meu país, e onde o poder do dinheiro tentará prolongar o seu reino até que toda a riqueza esteja concentrada em poucas mãos".


Foi morto no dia 14 de abril de 1965 por John Wilkes Booth sem que o crime tenha sido elucidado. O presidente seguinte suspendeu a impressão dos "greenback" e os Estados Unidos voltaram aos dinheiro-dívida dos banqueiros.


Cem anos mais tarde, no dia 4 de junho de 1953, o presidente Kennedy assinava o Ordem Executiva nº 11110 na qual o governo retomava o poder inscrito na constituição: o de criar  a sua própria moeda sem passar pela Reserva Federal. O presidente Kennedy mandou imprimir 4,3 mil milhares de notas de 1,2,5,10,20 e 100 dólares. Esta nova moeda com base nas reservas de ouro e de prata fazia lembrar os "greenback" de Lincoln. 


Com uma simples assinatura, Kennedy revogava os privilégios dos bancos privados que constituam a FED, que detinam oficialmente desde 1013. Mais uma vez o assassinato de Kennedy pôs fim a um projecto que foi rapidamente revogado pelo seu sucessor.

Hoje me dia os estados da zona euro não podem não podem recorrer ao Banco Central Europeu (BCE) para contrair dívidas, têm de o fazer através dos bancos privados. Mas a banca financia-se junto do BCE pagando uma taxa de juro de apenas 1% e depois essa mesma banca empresta esse mesmo dinheiro às famílias, às empresas e ao estado cobrando taxas de juros de cerca de 5%.

Sem comentários:

Enviar um comentário