terça-feira, 20 de outubro de 2009

O drama do Darfur é ter...petróleo!

Nos últimos anos, o nome de Darfur é frequentemente citado nos jornais e televisões. Muita gente nem sabe bem onde fica, apenas sabe que é algures em África. Os "media" passam imagens de gente faminta, de guerrilha, e fala de genocídio. Como iremos ver, este último termo, é falacioso e esconde objectivos de propaganda muito bem definidos.

O que está por detrás dessa desinformação? Quais são as verdadeiras causas desse conflito?

Mais uma vez, trata-se do paradoxo de o Darfur, apesar de pobre ser uma região rica,... em Petróleo! E este é apetecível para as grandes nações que alimentam esta guerra, os Estados Unidos e a China.






Onde fica o Darfur?



A região do Darfur é composta por três províncias situadas na zona Oeste do Sudão, o mais extenso país africano.





A região Norte do Sudão é constituida por muçulmanos, enquanto que o Sul é maioritáriamente composto por animistas e alguns cristãos. Portanto, desde já, podemos ver que, tentar reduzir o conflito sudanês a um conflito religioso não é exacto, dado que os cristãos do Sul não são maioritários nessa região.

Apesar de tudo, não deixa de ser verdade, que após a instalação da "charia" (lei musulmana) em 1983, inicialmente limitada ao norte, estava previsto a sua extensão progressiva a todo o território.

Em 1989, após um golpe de estado, Omar el-Bechir, torna-se no presidente vitalicio do Sudão.




A guerra do petróleo.








O que é que realmente está en causa?


Por um lado, temos os Estados Unidos, no Chade o petróleo é extraido pela a Chevron e a ExxonMobil, este é conduzido por oleoducto até ao porto de Kribi, nos Camarões, e daí para os USA. Os estados Unidos não querem tocar nas suas reservas e preferem o petróleo africano mais barato. Para isso promovem a instabilidade nesses países ou colocam regimes fantoches; experiência que adquiriram de longa data nos países da América do Sul.


Do outro lado, temos a China, que precisa de enormes quantidades de petróleo para sustentar um desenvolvimento económico recorde. Actualmente importa 30% do seu consumo de África. É dona de grande parte do petróleo do Sudão, explorado pela China National Petroleum Corporation, tendo construido um oleducto até Port-Sudan no Mar Vermelho. A sua estratégia baseia-se na concessão aos países africanos de créditos sem condições e sem juros. Isto permite a esses paíse não ficarem dependentes dos empréstimos das "sucursais" dos Estados Unidos que são a Banca Mundial e o FMI, com as suas condições catastróficas para os países do Terceiro Mundo.


E no meio disto tudo, temos a região do Darfur, rica em petróleo, cujo transporte poderia ser feito facilmente através do oleoducto americano para o Atlantico ou do oleoducto chinês para o Mar Vermelho.






Mapa das actuais concessões de petróleo e gás no Sudão.


















As forças em presença.


Básicamente, temos em presença:
- na região Norte, as forças de segurança estatais, e as milícias Janjawid ajudadas, não oficialmente, pelo governo,
- na região Sul, o Exército de Libertação do Sudão (SLA) e o Movimento para a Justiça e a Igualdade (MJE), apoiada e armada pelos Estados Unidos.




Propaganda mediática de um "genocídio".


O termo preferido pelos americanos e Algumas Organizações Não Governamentais , para qualificar a guerra no Sudão, tem sido o de "genocídio". Este termo tem sido amplamente difundido pelos "media".
Não tem sido inocente, este bombardiamento mediático que fala de "genocídio" para falar do Sudão. A sua aceitação, abre a porta à possibilidade de uma intervenção americana pelo intermédio da NATO e assim apoderar-se mais facilmente do seu petróleo.


Gabriel Trujillo, responsável de Médicos Sem Fronteiras no Dafur, fala em "manipulação internacional da opinião pública" e acrescenta que "as descrições feitas (de genocidio) não correspondem à verdade que observei no terreno, apesar do contexto de segurança ser preocupante".


O balanço para as populações é de mais de 200 000 mortos e 2 milhões de refugiados.


Em julho de 2008 foi colocado no Tribunal Penal Internacional (CPI), uma acusação contra o Chefe de Estado do Sudão, Omar El-Bechir, por « génocídio », « crimes de guerra », et « crimes contra a humanidade». Nem o Sudão, nem a China,nem os Estados Unidos assinaram os estatutos do CPI.
Terrorismo judiciário ou chantagem politica internacional?



http://www.alterinfo.net/Le-Darfour-C-est-une-affaire-de-petrole,-idiot-Chine-et-USA-engages-dans-une-nouvelle-guerre-froide-pour-l-or-noir_a8988.html


http://www.alterinfo.net/Darfour-Soudan-L-opinion-internationale-est-manipulee_a8389.html

http://www.alterinfo.net/Sanctions-americaines-contre-le-Soudan,-Darfour-il-s-agit-bien-du-petrole_a4273.html

http://www.alterinfo.net/MENACE-D-INCULPATION-DU-PRESIDENT-OMAR-EL-BECHIR-DEVANT-LA-CPI-TERRORISME-JUDICIAIRE-OU-CHANTAGE-POLITIQUE-INTERNATIONAL_a29971.html

1 comentário:

  1. pureza.oliveira@gmail.com27 de março de 2010 às 05:16

    Sou uma seguidora do seu blogue, que aprecio e acho muito útil.
    Aqui vai mais uma notícia que , se não leu, lhe deve interessar
    http://www.lemonde.fr/planete/article/2010/03/26/l-oms-sous-influence-de-l-industrie-pharmaceutique_1324720_3244.html#xtor=RSS-3210:

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